Quando a sala fica fria e vazia, quando o mundo lá fora e cá dentro dorme, quando me sento comigo no sofá cheio de brinquedos perdidos, dormentes das risadas dele, quando os afasto e sento o corpo perdido, exausto do trabalho fora e dentro de casa, do estudo, da caminhada que decidi fazer, mas nunca exausto de ser Mãe dele, mas por vezes a precisar de ser eu assim, só minha, ter-me só para mim, para rir comigo, conversar comigo.
Fico assim no sofá nú, cheio de nadas, apenas uma música, uma almofada, e eu comigo mesma, as duas assim no nada apenas a divagar sobre o caminho seguido... Serei eu feliz assim?? Serei eu completa quando decido ir para a universidade?? Escolher ocupar as minhas horas que eram dele com isto que desculpo dizendo a meio mundo que me gaba a pedalada que o estou a fazer por ele??? Não é mentira, mas também não é completamente verdade, é por mim, mas também por ele, o meu filho a quem quero mostrar que as capacidades de cada um estão sempre lá, basta procurar, e se não as encontrar, então é de preocupar, alguém ou alguma coisa está a estrangular as suas próprias capacidades! Quero que me siga as pisadas, mas quero que as siga na altura certa, mas quero mais ser eu mesma porque lá completo-me.
No outro dia, a professora dele exclama no alto da sua longa experiência que lhe oferece razões de sobra para estar mais que certa a seguinte frase a propósito da falha do Fábio (minha portanto) da receita de Natal, "Eles (filhos) estão sempre primeiro, são o mais importante!", isto depois de ter desculpado a falta com a minha ausência fora do lar para estudar, e acabei por não conseguir chegar a todos os lados... Senti-me um verme pegajoso, repugnante, que raio de Mãe esta!!! Que raio de exclamação idiota que me deixou o dia todo a matutar, a questionar o tipo de Mãe que eu sou, como se fossemos todas tipificadas, rotuladas consoante as criancinhas tenham ou não os trabalhos da pré-primária feitos, se têm as mães são estupidamente prendadas e organizadas, se não têm são mesmo umas desleixadas, e aquelas crianças nunca irão ser nada nesta vida... Após isto e pela minha sanidade mental que se quer válida nos próximos tempos basta-me esquecer, ou melhor ainda, basta-me que mesmo sem a "receita de Natal" o Fábio terá sempre Natal, e sempre terá a Mãe dele desocupada e disposta a rebolar com ele pela relva fora, e ainda a receita, não a escrevo, faço-a com ele em casa no fim-de-semana, ficaremos cheios de farinha até aos cabelos e vamos rir como perdidos, é ou não é muito melhor que escrever uma receita parva???
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