com o carinho maior de quem ama, com a subtileza de quem vive o sonho, estou eu aqui entre laços e bordados rosa, entre gatinhos e passarinhos, entre planos e suspiros, estou eu a imaginar o teu cheiro a tua pele a tua perfeição, o teu sorriso...
Sonhei-te uma vida, sonhei-te tantas vezes como inalcançável, desde o primeiro segundo que te soube em mim vi-te como hoje te vejo, nunca acreditei nas minhas imagens, não te quis sonhar assim rosa e depois me enganar, depois veio a tempestade, o dilema das lágrimas e da força, fugi de ti a cada dia mais, o que eu não sabia era que quanto mais eu fugia de ti mais me aproximava de ti, pensei que ao me afastar fosse mais fácil depois lidar com uma suposta perda, até que alguém me disse "ela já está em ti, já existe na tua vida, será sempre tua, aconteça o que acontecer!" e isso é a verdade irrefutável... Abracei-te nesse dia, entreguei-me nesse dia... Depois vi o teu rosto às 12 semanas... Em silêncio decidi lutar por ti fosse de que maneira fosse... Fui buscar forças ao infinito, ao fundo de mim, das entranhas arranquei a esperança perdida e no seu lugar deixei o medo...
Medo... Está escondido, mas por vezes lá vem ele agarrar-me o coração, gelar o meu sangue, tirar-me a força, arrancar-me o sonho e deixar a dúvida, fujo dele e ele não deixa, circula à minha volta como uma sombra, enxoto-o para longe, mas nunca para suficientemente longe, e este é o meu segredo guardado, nesses dias tenho de ir buscar lá acima a esperança, deixar lá as lágrimas do medo e trazer a força que só ela me sabe dar, não me basta olhar para lá de longe, tenho de lá ir...
Minha Pequena Beatriz, és o amor mais inocente, mais frágil, mais silencioso que tenho em mim, ninguém sabe o quanto te amo Pequena Beatriz... Vem a mim Princesa, trás-me o resto do sonho que está nas tuas mãos...
Hoje sonhei com uma boneca, uma linda boneca, daquelas que não são de trapo, uma bela boneca, perfeita e pequena, cheirosa e doce, de poucos e pequenos cabelos, clarinhos como o sol dourado da manhã quente de verão, sonhei com essa pequena boneca que trazia nos braços e com ela dançava sem som, dançava em voltas com ela no meu regaço, dançei até ela soltar uma gargalhada e eu sorrir de alegria de ter outra vez uma boneca que enfeitar.
Vesti-a de rosa e laços no cabelo claro e raso, dançei novamente com ela, a minha pequena boneca que não era de trapos, era feita de amor, chamei-lhe Beatriz dei-lhe o beijo doce e acordei, sorri e afaguei a barriga, mora lá o meu sonho... Falta pouca pequena Beatriz... Muito pouco!
Quando a sala fica fria e vazia, quando o mundo lá fora e cá dentro dorme, quando me sento comigo no sofá cheio de brinquedos perdidos, dormentes das risadas dele, quando os afasto e sento o corpo perdido, exausto do trabalho fora e dentro de casa, do estudo, da caminhada que decidi fazer, mas nunca exausto de ser Mãe dele, mas por vezes a precisar de ser eu assim, só minha, ter-me só para mim, para rir comigo, conversar comigo.
Fico assim no sofá nú, cheio de nadas, apenas uma música, uma almofada, e eu comigo mesma, as duas assim no nada apenas a divagar sobre o caminho seguido... Serei eu feliz assim?? Serei eu completa quando decido ir para a universidade?? Escolher ocupar as minhas horas que eram dele com isto que desculpo dizendo a meio mundo que me gaba a pedalada que o estou a fazer por ele??? Não é mentira, mas também não é completamente verdade, é por mim, mas também por ele, o meu filho a quem quero mostrar que as capacidades de cada um estão sempre lá, basta procurar, e se não as encontrar, então é de preocupar, alguém ou alguma coisa está a estrangular as suas próprias capacidades! Quero que me siga as pisadas, mas quero que as siga na altura certa, mas quero mais ser eu mesma porque lá completo-me.
No outro dia, a professora dele exclama no alto da sua longa experiência que lhe oferece razões de sobra para estar mais que certa a seguinte frase a propósito da falha do Fábio (minha portanto) da receita de Natal, "Eles (filhos) estão sempre primeiro, são o mais importante!", isto depois de ter desculpado a falta com a minha ausência fora do lar para estudar, e acabei por não conseguir chegar a todos os lados... Senti-me um verme pegajoso, repugnante, que raio de Mãe esta!!! Que raio de exclamação idiota que me deixou o dia todo a matutar, a questionar o tipo de Mãe que eu sou, como se fossemos todas tipificadas, rotuladas consoante as criancinhas tenham ou não os trabalhos da pré-primária feitos, se têm as mães são estupidamente prendadas e organizadas, se não têm são mesmo umas desleixadas, e aquelas crianças nunca irão ser nada nesta vida... Após isto e pela minha sanidade mental que se quer válida nos próximos tempos basta-me esquecer, ou melhor ainda, basta-me que mesmo sem a "receita de Natal" o Fábio terá sempre Natal, e sempre terá a Mãe dele desocupada e disposta a rebolar com ele pela relva fora, e ainda a receita, não a escrevo, faço-a com ele em casa no fim-de-semana, ficaremos cheios de farinha até aos cabelos e vamos rir como perdidos, é ou não é muito melhor que escrever uma receita parva???
E por saber ao que vou este "Bem vinda" soa-me irónico...
E as maleitas relativas começaram, já com cansaço próprio de quem tem mais 7 kilos em cima, mobilidade e agilidade e genica foram-se sobram os "ais" libertados em tom de protesto, consolo, ou lá o que for... Mas isto dentro das 4 paredes de casa, que fora, abram alas... Porque tem de ser porque não é um raio de um "trimestre" que por ser o último me vai abalar...
Contudo não esquecer de referir que nas noites que a rapariga me deixa durmo como uma pedra, hoje gabo-me que nem à wc fui, não levei golpes nos órgãos internos e só acordei porque o pai da rapariga me diz "não te esqueças de acordar!"
E com isto entro numa fase "final" da qual estamos a mais ou menos dois meses e meio de conhecer um mundo rosa, com um filho azul a questionar porque raio a minha barriga agora é a "mana"!! Deixa lá filhinho um dia voltarás a chamar-lhe "tábua de engomar"...
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ABRA - Assoc. Bracarense Amigos dos Animais
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